quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

FAMÍLIA ACUSA PM DE EXECUTAR JOVEM NA MARÉ - JEFFERSON DA PAZ LEVOU UM TIRO DE FUZIL (?) NO PEITO.

DOR DE MÃE - A VIOLÊNCIA É CRUEL


Muito o que esclarecer - Se o jovem foi mesmo morto com um tiro de FUZIL, o disparo não pode ter sido feito pelo Agente Penitenciário que a Polícia afirma ter reagido a um assalto, ou o agente penitenciário anda armado com fuzil ? O Laudo da Perícia e o exame do cadáver vão dizer que tipo de projétil matou o rapaz, e isto será determinante para esclarecer muito do que ocorreu.  O depoimento do agente penitenciário e de outras testemunhas (que precisam receber garantias) também será fundamental. 

'Um tiro covarde estraçalhou meu filho', diz mãe de jovem morto em Ramos

POR FRANCISCO EDSON ALVES

Rio - O corpo do jovem Jefferson da Paz Costa, de 22 anos, foi sepultado na tarde desta terça-feira no Cemitério de Inhaúma, na Zona Norte. Ele morreu de madrugada, segundo a família do rapaz, ao ser confundido por policiais do 22º BPM (Maré), com bandido. O jovem teria sido executado com um tiro de fuzil no peito na Rua André Pinto, a menos de 100 metros de sua casa. Cerca de 150 pessoas, em clima de indignação, participaram do cortejo.

"Um tiro covarde estraçalhou meu filho e acabou com a vida de uma família inteira", desabafou a copeira Sebastiana Eloísa da Paz Costa, de 52 anos. Ela disse que PMs teriam tentado se livrar do corpo, atirando-o em um valão. De acordo com familiares e amigos, uma vizinha ouviu o rapaz pedir clemência ao assassino. "Por favor, não me mata, não sou bandido. Moro aqui na rua de trás (Rua Pereira Landim), sou trabalhador", teria suplicado Jefferson. Conforme a vizinha, o policial que o perseguiu gritou: "Nessa hora, todo mundo é trabalhador", disparando o tiro contra o rapaz.

Em nota, a PM informou que o corpo de Jefferson foi encontrado em um valão na Rua André Pinto, em Ramos, na madrugada de terça-feira. Segundo o comando do 22º BPM (Maré), Jefferson e um adolescente de 17 anos teriam tentado roubar a moto de um agente penitenciário que passava pela via. O agente reagiu a tentativa de assalto e Jefferson foi baleado.

Quando a PM foi acionada, ainda conforme a nota, o corpo de Jefferson estava boiando em um valão que corta a via. A PM acionou o Corpo de Bombeiros e a Divisão de Homicídios (DH), que realizou a perícia no local. Enquanto a PM preservava o local do crime para a chegada da Polícia Civil, o adolescente que supostamente estaria com Jefferson, de 17 anos, e havia se escondido em uma das tubulações que dão acesso ao valão, se entregou. Um revólver calibre 32 que estava próximo ao corpo de Jefferson foi apreendido e um Sandero que consta como roubado, também foi recuperado.

No cemitério, desesperados, parentes e conhecidos do jovem, que iria começa um curso de Engenharia da Computação, após ter feito prova no Enem, contestaram a versão da polícia. Um dos três amigos que estavam com Jefferson, disseram desconhecer o adolescente detido. "É mentira! Meu filho não é bandido. Ele só estava passando na hora de um tiroteio e não conseguiu correr com os colegas porque era um pouco mais pesado. A rua (Pereira Landim) está de luto", disse o pai da vítima. “É verdade. Ele era um menino bom, caseiro, que nunca se meteu em confusão”, completou Maria Eduarda Pereira, 53, amiga da família.

Nota da Polícia Civil diz que, “de acordo com informações da Divisão de Homicídios da Capital (DH), um agente penitenciário sofreu uma tentativa de assalto e reagiu disparando contra os criminosos. Na ação Jefferson foi baleado e morreu”. “As circunstâncias do crime estão sendo investigadas e a família da vítima está sendo chamada para prestar depoimento”, diz um trecho da nota.

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