MÉTODOS MEDIEVAIS NA ROCINHA
O indiciamento dos dez PMs acusados de sequestrar, torturar, matar e sumir com o cadáver do pedreiro Amarildo, juntamente com o pedido de prisão preventiva para todos os envolvidos na ação arbitrária, faz-se absolutamente necessário. Já ficou comprovado que muitos desses policiais tentaram atrapalhar as investigações e subornaram ou ameaçaram testemunhas. O caso ganha ainda ares de TERROR, quando se vê que a polícia agiu no presente caso, exatamente (ou pior) do que fazem os traficantes nas comunidades que dominam.
É sabido por todos nós, que existem os chamados tribunais do tráfico, onde os criminosos estabelecem suas próprias LEIS e estipulam punições para quem lhes desobedece. A lógica da implantação de UPPs é, ou deveria ser, a de acabar com essa prática de ação de justiça e Estado paralelo. Não é o que ocorre, porém, quando PMs se acham no direito de usar métodos ilegais para obter informações ou confissões. Ao não ter o seu objetivo alcançado, passam à tortura e assassinato do refém, seguido de sumiço com seu corpo.
Parece que só ficou faltando o "MICRO-ONDAS", aquele conjunto de pneus onde os traficantes tacam fogo e queimam seus 'inimigos'.
Fechar esse caso do pedreiro Amarildo, inclusive conseguindo localizar o que restou de seu cadáver, e, comprovada a culpa, punir exemplarmente os autores de ação tão destrambelhada, violenta e MEDIEVAL, é condição inequívoca, para que a proposta de PACIFICAÇÃO de comunidades não caia no descrédito.
007contraocrime
LEIA + AQUI
Matéria de O DIA
Informante de PM levou à tortura e morte de pedreiro
Amarildo foi submetido a sessão de tortura porque poderia revelar a localização do esconderijo de armas do tráfico
ADRIANA CRUZ , ANGÉLICA FERNANDES , FRANCISCO EDSON ALVES E VANIA CUNHA
Rio - A declaração de informante de um policial militar indiciado no caso Amarildo motivou a tortura do pedreiro na Favela da Rocinha. O inquérito da Divisão de Homicídios (DH) aponta que Amarildo foi pego para ‘averiguação’ porque esse informante do PM Douglas Roberto Vital Machado relatou que a vítima tinha dados sobre o tráfico e, inclusive, sabia a localização do paiol onde a quadrilha escondia as armas. O militar foi um dos 10 indiciados por tortura seguida de morte e ocultação de cadáver do pedreiro.
Segundo o promotor Homero Freitas, no relatório da DH, Amarildo aparece como um prestador de serviços para o tráfico. “Ele não tinha associação ao tráfico, mas tinha conhecimento das coisas que aconteciam no morro. Ele, com certeza, poderia informar para a polícia onde teriam drogas em depósito e armas”, disse o promotor, ressaltando que a câmera da escadaria de acesso à Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) não registrou a saída do pedreiro da sede.
Nenhum comentário:
Postar um comentário